as palavras são facilmente manipuláveis e deturpadas. acrescenta-se "nacional" a "socialismo" e ele deixa de o ser. junta-se "centralismo" a "democrático" e ele perde a sua essência. o PS sempre foi Socialista e Democrático. e, dentro do PS, sempre houve espaço para divergência de opiniões, fossem elas quanto ao rumo do partido, ao seu posicionamento ideológico, às decisões governamentais, à decisão sobre coligações eleitorais ou ao apoio a candidatos presidenciais e até mesmo quanto às lideranças do partido. as divergências de opinião sempre fortaleceram o PS, não só fazendo emergir as melhores lideranças, como também as melhores ideias. reduzir as divergências a uma divisão maniqueísta dos bons contra os maus, em que quem discorda só pode querer prejudicar o partido, é aceitável apenas em partidos que, há muito, manipularam a palavra "democrático". se Isabel Moreira, ou Soares, ou eu, não necessariamente por esta ordem de grandeza, enquanto militantes do PS, partido socialista e democrático, quisermos manifestar a nossa opinião sobre quem pode ser o melhor candidato do PS às eleições presidenciais, podemos fazê-lo. sempre pudemos. espero que o possamos continuar a fazer. eu, Barreirense de criação e crescimento, familiarizado com o soviete vermelho da Margem Sul, levo anos de prática no reconhecimento da manipulação das palavras; e se parece centralismo democrático, cheira a centralismo democrático e sabe a centralismo democrático, então é porque é centralismo democrático. deixem as palavras em paz.
1 comentário:
Excelente apontamento! A nossa grandeza está, precisamente, na nossa capacidade de divergir e discutir aquela que deve ser a melhor alternativa para o Partido Socialista e, sobretudo, para Portugal. Ainda bem que assim é! Porque ser PS é ser, também, inconformado, participativo e responsável...
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