domingo, 16 de junho de 2013

sobre a greve ou sobre os direitos. à educação, por exemplo

desde 1974 até hoje, Portugal teve 28 ministros da educação. 28, em 39 de democracia. é fazer as contas. mandatos de quatro anos foram dois, Marçal Grilo e Maria de Lurdes Rodrigues. fazer as contas outra vez. que tenham feito uma avaliação do que foi feito anteriormente, zero. baralhar de novo e recontar.

amanhã há greve dos professores, no primeiro dia de exames nacionais do ensino secundário, aqueles que determinam o acesso à universidade. amanhã, a greve é legítima, para além de um direito. sim, um transtorno, também. como todas. é-lhes inerente.

mais uma vez, a revolta vem por motivos laborais. um direito. mais uma vez, vem tarde. um ano mais tarde. deixando desprotegidos todos os professores contratados e em situação precária que foram despedidos. mais uma vez, o silêncio perante os ataques perpetrados à qualidade do ensino, da escola pública, das oportunidades criadas. foi o programa de matemática, foi o parque escolar, foram as novas oportunidades, foi o aumento das turmas, foi o aumento do financiamento ao ensino privado, foi a introdução de exames no 4º ano, foram os mega-agrupamentos, foi a nomeação arbitrária das comissões transitórias, foi... nada. não aconteceu nada. silêncio. falaram, a espaço, as associações de professores de determinados saberes, honra lhes seja feita.

amanhã é tão bom dia como qualquer outro para se começar a pensar na educação a sério. haja vontade. e governo. e professores.

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