segunda-feira, 5 de novembro de 2012

em jeito de balanço

Intervenção no XVIII Congresso Nacional da JS
2, 3 e 4 de Novembro 2012 - Pavilhão do Inatel, Viseu

Caras e caros camaradas,

Há dois anos atrás, na nossa Lisboa, sentado numa cadeira parecida com aquelas onde hoje estamos sentados, recordo-me bem dos discursos emocionados de dezenas de camaradas que, cada um e cada uma à sua maneira, connosco partilharam. Eram relatos sinceros que nos transmitiam com orgulho as experiências vividas ao lado do Duarte; relatos de um tempo que a todos honrou. Dois anos volvidos, encontro-me eu na circunstância de ter mais histórias que tempo para as contar.

Não só porque o tempo é escasso, mas sobretudo porque essas histórias, mais que a ninguém, a mim me servem de referência, não me cabe hoje, nem aqui, partilhá-las. Para o Pedro, segue o meu mais profundo agradecimento: o agradecimento pelo prazer de uma amizade que tanto prezo e estimo, o agradecimento pela camaradagem e pela luta sempre na primeira linha (que ele nem consegue fazer de outra forma) e, acima de tudo, o agradecimento por me ter feito sempre, em todas as circunstâncias, sentir um tremendo orgulho por pertencer à maior organização política de juventude em Portugal, a Juventude Socialista.

Mas, se as histórias não as posso partilhar por virtude do tempo, outras coisas há que não posso guardar para mim, por achar que a todos pertencem.

No final destes dois anos, é minha convicção, a JS sai mais forte e mais prestigiada por ter tido o Pedro como Secretário-Geral. Continuámos na vanguarda da luta pelas causas estruturantes, por aquilo que naturalmente devia estar consagrado: a igualdade entre todas e todos, sem descriminação de raça, género, religião ou orientação sexual. Nas questões fundamentais para todos nós, lutámos pela melhoria da escola pública, defendemos os nossos ideais ao defendermos Novas Oportunidades, ao pugnarmos por melhores recintos escolares, ao combatermos o abandono escolar, o fim dos passes sociais e das bolsas escolares. Na Assembleia da República fomos voz ativa na apresentação de propostas alternativas de crescimento económico que, através de investimento público, permitiria combater o flagelo do desemprego e criar inúmeros postos de trabalho.

Caras e caros camaradas, muito me orgulha que não tenhamos estado sozinhos nesta visão nem na nossa luta. Desde o primeiro dia que o Pedro deixou bem claro que nunca triunfaríamos sozinhos, que esta luta era transnacional, que ultrapassava as nossas fronteiras e se travava em conjunto com todos os nossos camaradas europeus e de todo o mundo, uma luta verdadeiramente internacional e verdadeiramente socialista. E, neste ponto, permitam-me que saliente, com mais veemência que a força da amizade que nos une, o papel desempenhado pela Mafalda Serrasqueiro na coordenação das Relações Internacionais. Foram a coragem, a determinação e a lucidez dela que permitiram que, em todos os fóruns internacionais onde estamos representados, tenhamos tido um papel decisivo e uma representação condigna, na defesa intransigente dos nossos valores e ideais. Daqui a minha vénia e a certeza que não podia ter tido melhor chefe!

Fugindo muito brevemente ao ponto, Sr. Presidente, se me é permitido, e porque esta será a minha única intervenção, não deixar de referir, igualmente, o meu camarada e amigo, João Torres. A minha convicção mantém-se inabalável de que és a escolha acertada para liderar a JS e, levando-a por rumos necessariamente diferentes e por todos os militantes sufragados, continuar o excelente trabalho dos últimos anos. Muita força e coragem é tudo o que te desejo, juntamente com as maiores felicidades que, a serem tuas, serão também de todos nós.

Termino, caras e caros camaradas, saudando-vos fraternalmente, e deixando um apontamento que, não tendo sido preocupação na elaboração deste texto, não deixou de ser curioso: a ausência da palavra crise!

Que se lixe a crise, para que viva Portugal!
Viva a República,
Viva a JS!

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